Já falei sobre a Comic Sans algumas vezes aqui mas não consegui descobrir se já falei sobre a fonte que eu mais odeio na história. Essa fonte é a Papyrus e, hoje, descobri que seu criador tem nome e ele se chama Chris Costello. Esse é o nome do responsável pela criação da Papyrus em 1982.
Para mim, Papyrus é uma das fontes mais desnecessárias já feitas. Seu visual é quase hilário, seus traços são forçados e seu uso errôneo deixa tudo ainda mais patético. Eu não gosto da Papyrus e vocês precisavam estar no cinema quando eu vi essa fonte surgindo, em tamanho gigantesco, durante o filme Avatar. Sei que não estou sozinho nesse ódio tipográfico e é por isso mesmo que estamos aqui escrevendo esse texto.
Um pouco da História de Chris Costello
Chris Costello nasceu en Nova Iorque na década de sessenta, seu pai era um pintor de placas e ele conheceu tipografia, lettering e computadores desde a infância. Seu pai é a ligação que ele tinha com esse mundo de letras e foi assim que ele começou nesse mundo. Quando ele saiu da escola, ele foi estudar no Instituto de Arte de Fort Lauderdale na Flórida, onde ele estudou publicidade e design. Quando saiu da universidade, ele foi contratado num agência de publicidade, aos 23 anos, e foi lá que a Papyrus nasceu. Alguns dizem que foi um nascimento acidental mas eu prefiro não acreditar nisso. A Papyrus nasceu durante os períodos que Chris Costello passava sem trabalhos. Durante esse tempo livre, ele resolveu experimentar com tipografia e lettering, rascunhando ideias e conceitos. E, em 1983, lá estava ele desenhando letras quando ele começou a fazer pequenos traços em letras maiúsculas. Foi assim que ele percebeu que estava fazendo algo interessante. Sua cabeça apontou para o Oriente Médio, Deus e tempos bíblicos e Chris Costello passou a desenhar mais e mais letras com um visual de bordas distorcidas e traços horizontais fortes. Ele viu algo interessante nos traços que estava fazendo e ele continuou, por alguns dias, desenhando todas as letras maiúsculas dessa que se tornaria a Papyrus. Depois de finalizar sua criação, Chris Costello resolveu ver se alguma distribuidora tipográfica teria interesse na sua fonte e ele só recebeu nãos. A Papyrus começou sua vida sendo rejeitada e eu não sei porque isso mudou.
Papyrus e Letraset
Foi ai que a Papyrus chegou a Letraset, uma pequena empresa britânica que parece ter sido a criadora do texto Lorem Ipsum. O pessoal da Letraset gostou da Papyrus e, depois de algumas pequenas alterações, acabaram comprando os direitos dessa fonte por cerca de 750 Libras. Algo como $2500 dólares, na época. Chris Costello tinha 23 anos e tinha acabado de vender os direitos da sua primeira fonte e esse dinheiro é um dos poucos motivos pelos quais ele acredita que ele cometeu um erro. A Papyrus apareceu no catálogo da Letraset em 1984 e não foi um sucesso imediato. Por cerca de 15 anos, o mundo ignorou essa fonte e isso só mudou quando a fonte foi escolhida pela Microsoft para ser inserida no pacote do Office em 1997. Foi assim que o mundo foi apresentado a Papyrus e foi ai que eu descobri meu ódio por essa fonte. Se você parar para fazer as contas, até 2012, pelo menos um bilhão de pessoas entraram em contato com essa fonte que eu odeio tanto. Isso apenas no lado do Windows mas, desde 2003, a Papyrus também existe no OS/X da Apple. Você pode colocar mais uns 100 milhões de usuários ai na conta. O que faz com que, pelo menos, uma em cada sete pessoas do planeta já viram essa fonte. Não sei se existe algo mais triste do que isso. Hoje em dia, Chris Costello vive em Boston com sua família. Apesar da Papyrus ser seu trabalho mais conhecido, ele já criou trabalhos de qualidade. Ele trabalha com o serviço de Tesouro do Governo Americano e seu trabalho está nas moedas de dólar. Ele também já criou outras fontes que, mesmo não se tornando tão famosas, são bem melhores do que a Papyrus. E isso já me deixa um pouco mais aliviado. Esse texto foi inspirado e traduzido de um jeito pessoal de um artigo que encontrei na Fast Co. Design.
Se você gostou do que viu aqui, você deveria seguir o blog no twitter ou seguir a revista digital do Pristina.org no Flipboard. Além disso, ainda temos nossa newsletter quase semanal.
AGORA TODO FA DE UNDERTALE VAI XINGAR KASKAKSKASK