O trabalho de esculturas de Monica Piloni vai me ajudar a ter pesadelos criativos hoje a noite. É sério. Suas esculturas de bonecas realistas, cavalos em pedaços, bailarinas e contorcionistas vem ao mundo para contar que, algumas vezes, as coisas não são como esperávamos. Algumas vezes o lugar comum é substuído por disformes combinações antagônicas, se é que essa frase faz sentido.
E não é só isso que o trabalho da artista passa. As esculturas que você vai ver logo abaixo vem com um certo espírito mórbido misturado com iconografia erótica. Tudo isso junto com uma variedade de estilos e símbolos que vão entrar nos meus pesadelos, eu sei disso. É por todos esses elementos que sabia que teria que compartilhar o trabalho dela por aqui no momento que a conheci.
Autorretrato, metamorfose em fragmentos que responde por um corpo-escultura para ir além da fotografia: infra-humana, aos pedaços. Monica Piloni diante do hiper-realismo de sua existência, com suas formas assentadas entre o sofá e o mesmo quarto de dormir. Entre quatro paredes, entre uma cápsula e outra seu corpo espera pelo dia seguinte: por que haverias de querer minha alma em tua cama? Escultura antropofágica, o retrato de uma mulher dissecando a outra. O sexo desnudo, a mão que bolina a válvula de escape, os músculos transparentes com suas veias quase líquidas. Quem olha para si mesma? Uma mulher organiza o corpo de uma outra cujos mesmos músculos pertencem a uma delas. Então são dois retratos que se espelham para manipular a sofreguidão que se acumula nos cantos de um quarto de dormir.
Monica Piloni nasceu em Curitiba no final dos anos setenta e trabalha e vive em São Paulo. É de lá que ela cria as esculturas que você pode ver no link abaixo e que já viajaram o mundo em exposições coletivas e individuais, passando de Madri ao Rio de Janeiro.
