Tamara Kostianovsky é uma artista argentina-americana conhecida por sua abordagem do ambiente, da violência e da cultura do consumo. E ela manifesta a sua visão artística por meio de um meio único: roupas descartadas.
Com um trabalho artesanal meticuloso, ela acaba transformando retalhos de tecido em esculturas viscerais que desafiam percepções e despertam emoções. E é fácil entender como ela desperta essas emoções quando você olha as imagens que selecionei de ser portfólio para ilustrar esse artigo.
É impossível ignorar as criações de Tamara Kostianovsky. As carcaças em tamanho real feitas de retalhos de tecido estampado, penduradas em ganchos de carne. Estas peças parecem assustadoras, mas são cativantes, evocando um profundo sentimento de dualidade, que oscila entre a beleza e a brutalidade.
E essas simbólicas carcaças não estão sozinhas já que Tamara Kostianovsky deixa tudo mais interessante quando adiciona trepadeiras botânicas e pássaros tropicais, que parecem simbolizar uma metamorfose – uma mudança da carnificina para uma diferente matriz utópica onde a vida se entrelaça com vestígios de morte.
O centro da obra de Tamara Kostianovsky parece estar um comentário sobre os hábitos de consumo e a natureza cíclica da existência. Utilizando retalhos e costuras de roupas e tecidos reciclados, ela reproduz as texturas dos músculos, da pele e de outros tecidos orgânicos, fazendo com que os espectadores reflitam sobre as crueldades subjetivas presentes nos rituais de execução de animais.
Além disso, na sua série Carnal Geographies, ela confronta os impactos duradouros do colonialismo e da violência. Ao sobrepor mapas da América do Norte e do Sul e da África com folhagens e retalhos, ela destaca a brutalidade histórica infligida a essas regiões.
Num mundo inundado de consumo e de cultura descartável, as esculturas carnais de Tamara Kostianovsky são um testemunho do poder da arte para provocar, inspirar e, em última análise, provocar mudanças. À medida que os espectadores contemplam as suas criações, eles são lembrados da fragilidade da vida e da eterna dança entre a criação e a destruição – um reflexo comovente da própria experiência humana.
View this post on Instagram
Se você gostou do trabalho de Tamara Kostianovsky, você precisa clicar no link abaixo e explorar mais do seu portfólio. Além disso, seu Instagram é repleto de imagens do seu processo de trabalho.
Pingback: Zdzislaw Beksinski: Mestre do Surrealismo Distópico // Pristina.org