A contribuição de Oskar Fischinger para o cinema de vanguarda, conforme retratada no documentário de Keith Griffiths “Oskar Fischinger: Visual Music” (1992), continua a ser uma exploração fundamental da combinação dos elementos visuais e auditivos no cinema. Há alguns dias, encontrei este documentário no YouTube e só pude assistir há algumas horas, mas sabia que iria escrever algo sobre ele quando compreendesse o que estava assistindo.
“Oskar Fischinger: Visual Music” faz parte de uma série produzida por Keith Griffiths para o Channel 4 do Reino Unido durante as décadas de 1980 e 1990, serve como uma porta de entrada para a compreensão da abordagem inovadora de Oskar Fischinger ao cinema.
Conheci o trabalho dele tem alguns anos e acabei publicando um artigo sobre o seu “An Optical Poem” em 2017; e foi esse primeiro contato há tantos anos que fez com que eu voltasse a Oskar Fischinger hoje de manhã.
Agora, voltando ao documentário… O historiador de cinema William Moritz cunhou apropriadamente o termo “música visual” para descrever os filmes do artista, uma frase que agora se tornou sinônimo de cinema abstrato.
Oskar Fischinger, um pioneiro na sua área nos anos 1930, elevou o gênero ao criar intrincadamente elementos visuais para criar uma experiência sensorial semelhante à música. Embora o termo seja amplamente utilizado hoje, nem todos os filmes abstratos incorporam partituras musicais, tornando os esforços pioneiros do artista particularmente importantes para essa combinação de elementos.
Na década de 1930, as técnicas inovadoras chamaram a atenção de grandes estúdios de Hollywood como Paramount, MGM e Disney. Apesar do reconhecimento, as restrições de Hollywood muitas vezes impediram Oskar Fischinger de utilizar a sua capacidade criativa, uma vez contratado.
O documentário, embora seja uma visão valiosa da vida e da obra de Fischinger, deixa os espectadores ansiosos por mais. Com duração de apenas 25 minutos, a produção de Keith Griffiths parece limitada, considerando a riqueza do legado de Oskar Fischinger.
Os entrevistados dão uma ideia do mundo do cineasta, discutindo tanto as suas técnicas artísticas como as suas anedotas pessoais. Porém, a brevidade do documentário permite explorar apenas uma pequena parte da obra do artista, o que é uma pena, já que o quanto mais eu aprendo sobre ele, mais interessante ele parece ser.
Apesar das limitações, o documentário consegue apresentar trechos dos filmes de Oskar Fischinger. Lamentavelmente, a qualidade do vídeo deixa muito a desejar e os visuais mais escuros prejudicam a experiência visual.
Para aqueles que buscam uma compreensão mais profunda da arte de Oskar Fischinger, o documentário de Keith Griffiths serve como ponto de partida. No entanto, a forma superficial com a qual o filme apresenta o seu trabalho exige que os entusiastas procurem cópias completas das obras de Oskar Fischinger em outros lugares para apreciar as nuances das suas obras-primas de vanguarda.
Além disso, o trabalho posterior de Keith Griffiths, “Abstract Cinema“, prova ser um recurso valioso para aprofundar a história do cinema abstrato, fornecendo um contexto mais amplo que inclui as contribuições transformadoras de Oskar Fischinger para a forma de arte.